No Blog do Azenha saiu hoje um post escrito por Gilson Caroni Filho, da Agência Carta Maior, chamado "O extermínio como medida profilática". A tese é bastante simples. A baderna promovida por algumas dezenas de manifestantes da favela Heliópolis, que tem 120 mil moradores, casas de alvenaria, saneamento básico e calçamento foi causada pela pobreza. Diante disso, escreve, "nada mais resta às autoridades senão se livrarem deles (os “desviantes”) para que a harmonia da cidade volte a imperar. O extermínio como medida profilática é o projeto dos que defendem um mínimo de Estado e um máximo de barbárie."
É o velho lenga-lenga de Loïc Wacquant (As prisões da miséria, Jorge Zahar, 2001), de que um suposto "estado mínimo neoliberal" no campo social demanda um estado penal máximo.
Bullshit, eu digo. O que ocorreu em Heliópolis não foi obra de uma massa indignada de oprimidos, mas de uma franca minoria entre 120.000 pessoas que moram na favela. Ademais, existem favelas piores que Heliópolis, em termos de condições de vida dos moradores (Heliópolis tem até sinal wi-fi, o que me faz deduzir que deve haver uma boa demanda por este serviço, dificilmente associado à miséria).
Além disso, a violência dos baderneiros se dirigiu a ônibus, seus ocupantes, e carros de moradores, e não contra as elites.
Por fim, ninguém morreu nos confrontos com a polícia. Difícil política de extermínio, essa, que não extermina ninguém.....
Por isso defendo o uso da lógica como medida profilática contra embusteiros.
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