Contos

sábado, 27 de março de 2010

Cinófilo

Segundo o Pimenta, Lula, na inauguração da GASENE em Itabuna, disse que o Brasil não quer ser tratado como um vira-latas.

Que pare, pois, de andar com sarnentos e pulguentos.

sábado, 20 de março de 2010

A história em Inquéritos - Diogo Mainardi

( Publicado na Veja desta semana)

A história em inquéritos

"Júlio César foi retratado por Plutarco. Lorenzo de Medici
foi retratado por Maquiavel. Frederico II foi retratado
por Thomas Carlyle. Lula será eternamente recordado
pelos depoimentos de Roberto Jefferson, Hélio Malheiro
e Lúcio Bolonha Funaro"

A biografia de Lula será escrita nos tribunais. O julgamento histórico de seus oito anos no poder estará estampado numa série de inquéritos penais. Ele permanecerá na memória nacional através do testemunho daqueles que rapinaram em seu nome. Júlio César foi retratado por Plutarco. Lorenzo de Medici foi retratado por Maquiavel. Frederico II foi retratado por Thomas Carlyle. Lula? Lula será eternamente recordado pelos depoimentos de Roberto Jefferson, Hélio Malheiro e Lúcio Bolonha Funaro. Quem precisa de Plutarco, se tem o presidente do PTB? Quem precisa de Maquiavel, se tem um técnico da Bancoop? Quem precisa de Thomas Carlyle, se tem o doleiro da Garanhuns?

Lula, até recentemente, ainda podia esperar que as ilegalidades praticadas em seu governo passassem impunes. As reportagens publicadas em VEJA, nas duas últimas semanas, demonstraram que isso nunca vai acontecer. No futuro, quando alguém quiser relatar os fatos deste período, terá de recorrer necessariamente aos processos judiciais, que detalharam o modo lulista de se organizar, de se acumpliciar, de se infiltrar e de fazer negócios. Está tudo lá: dos adesivos da campanha eleitoral de 2002, pagos com o dinheiro dos mutuários da Bancoop, às propinas dos parlamentares mensaleiros, pagas com o dinheiro do Banco Rural. As tramas, os nomes dos personagens e as mentiras repetem-se continuamente.

Alguns dos processos contra os lulistas podem desandar. Alguns dos réus podem ser inocentados. Mas um depoimento como o de Lúcio Bolonha Funaro assombrará para sempre a memória de Lula, como o fantasma do pai de Hamlet, que vem do purgatório para delatar seu assassino, o rei Cláudio:

FANTASMA – Escuta, Hamlet! Conta-se que o diretor-presidente da Portus, indicado pelo senhor José Dirceu, me picou quando eu me achava a dormir num shopping de Blumenau. Assim, todo o povo da Dinamarca foi ludibriado por uma notícia falsa da ASM Asset Management. Mas escuta, nobre mancebo! O pagamento "por fora" de 500 000 reais ao Partido dos Trabalhadores, que lançou veneno na vida de teu pai, agora cinge a coroa dele.

HAMLET – Vilão! Vilão que ri! Vilão maldito!

Hamlet sai dali e, muitas páginas depois, acaba se vingando do assassino de seu pai. Mesmo que os procuradores engavetem todas as provas contra os lulistas, mesmo que Dilma Rousseff seja eleita, a história de Lula será contada a partir dos depoimentos desses fantasmas.

Hamlet diz um monte de frases que podem ser aplicadas a Lula. A melhor delas é dirigida a Ofélia: "Vai embora. Vai depressa. Adeus".

sexta-feira, 19 de março de 2010

Do risco de comer um "d"

Publicação no DPJ de hoje.




Isso sim, é um flato típico.

domingo, 7 de março de 2010

Imagine all the people

Finalmente encontrei essa cena antológica no Youtube. "Vocês podem imaginar um mundo sem advogados?", pergunta, retoricamente, Lionel Hutz.



Bom domingo a todos!

sábado, 6 de março de 2010

sexta-feira, 5 de março de 2010

Essa tal Democracia Participativa

Transcrevo do De Gustibus:

Nos anos 80, hordas de cientistas políticos e (s)ociólogos (Ah, Gaspari…) buscavam seu bezerro de ouro: um partido proletário que não os fizessem ir às ruas metralhar pessoas e que sustentasse suas crenças socialistas com um zelo quase Al-Qadariano e uma preocupação intensa com o marketing político divulgando a mensagem divina: somos éticos.

Um dos sintomas deste comportamento, divulgado aos quatro ventos pelos seguidores desta fé, era: “nosso partido faz prévias, os dos “coronéis-oligarcas” não faz. “Nossos militantes são espontâneos, é um partido de base”.

Isto tudo acabou aos poucos. Mas a pá de cal veio em 2010.

quinta-feira, 4 de março de 2010

terça-feira, 2 de março de 2010

Imagem do Dia


Foto do Pimenta na Muqueca. Retrato fiel dos serviços cartorários em Itabuna.

Cabra cega

Quando Lula se cala a respeito dos abusos contra os direitos humanos em Cuba, Fidel sai em sua defesa. Em um artigo chamado "El ultimo encuentro con Lula", o nosso homem de cera em Havana dispara:

Lula conoce desde hace muchos años que en nuestro país jamás se torturó a nadie, jamás se ordenó el asesinato de un adversario, jamás se mintió al pueblo. Tiene la seguridad de que la verdad es compañera inseparable de sus amigos cubanos.

Não é lindo? Finalmente sabemos que Lula sabe de alguma coisa!

segunda-feira, 1 de março de 2010

TJBA brinca do jogo do contente

Sabem o que é o jogo do contente? É uma atitude essencial da filosofia de Pollyanna, centrada em enxergar sempre o lado positivo das coisas negativas. Possui muitos adeptos no serviço público.

Vejam o Tribunal de Justiça da Bahia, por exemplo. Logo na capa do seu site vemos uma manchete inacreditável:


Pois bem. Quem vê o que se passa na Justiça Estadual Baiana deve ter exclamado: "A Bahia em 3º Lugar? É o fim dos tempos!". E quem se mantém minimamente antenado com o resto do país sabe, perfeitamente, que há caroço nesse angu.

A Meta 2, para quem não sabe, foi um esforço em nível nacional para sentenciar todos os processos distribuídos até 31 de dezembro de 2005.

O texto lasca:

A Bahia baixou mais de 182 mil feitos e ficou atrás apenas do Rio de Janeiro (708 mil) e de São Paulo (228 mil). O Tribunal de Justiça baiano se destacou também pela produtividade: enquanto a média nacional foi de 105 feitos por juiz, na Bahia cada magistrado julgou, em média, 303 processos relativos à Meta 2.

Estatística, já dizia Roberto Campos, é como o biquíni: Mostra tudo, mas esconde o essencial. Por isso, quando vamos ao site Consultor Jurídico, lemos:

Mesmo dentro da Justiça Estadual, a pedreira dos atrasos tem endereços bem conhecidos: cinco dos 27 tribunais estaduais concentram dois terços do estoque atrasado. São eles Bahia, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Pernambuco.

O caso da Bahia é o mais dramático. Entrou no desafio da Meta 2 com 624 mil processos e terminou com 425 mil, conseguindo uma redução de apenas 32%. O desempenho dos juízes baianos foi o pior dentre os julgadores dos estados, juntamente com Pernambuco e Minas Gerais (41% de meta cumprida).


O TJBA, então, conseguiu mentir falando estritamente a verdade. Sim, é verdade que a Bahia foi o 3º estado que mais julgou processos atrasados. O que não é dito, entretanto, é que a meta não era julgar mais em números absolutos, mas em zerar os processos distribuídos até 31 de dezembro de 2005!

A Bahia começou a Meta 2 com 624.000 processos no limbo nessa condição. Julgou, após um "esforço muito grande", 182.000.

O Rio de Janeiro - só pra exemplificar -tinha 916.000 processos parados, e julgou 704.000.

Ou seja, o RJ, com mais acúmulo, julgou, para cumprir a meta, mais processos do que toda a meta da Bahia. O serviço de comunicação, então, pega o dado, retira-o do contexto, e voilà, temos uma vitória na Meta!

Os números não mentem, mas no pau-de-arara das agências de comunicação dizem tudo o que o cliente quer...

Eis a verdadeira posição do TJBA:


É ou não o caso de brincar o jogo do contente?

Um ano esta noite


"O amor não é um sentimento. Quando amamos alguém, surgem todos os sentimentos possíveis na convivência. Basta isto para percebermos que o amor não é um sentimento. Amor é uma atitude de fomento da existência do outro. É propiciar o fortalecimento do outro. Entretanto, freqüentemente as pessoas não querem exercer o amor, mas apenas senti-lo, o que é um sinal de imaturidade, de perspectiva infantil, doentia. Devemos compreender que uma atitude de amor exige satisfação na renúncia, em abdicar de algo em benefício do outro. Em suma, é limitar o próprio espaço em favor do outro e gostar de fazer isso."

Carvalho, Olavo de. O caráter como forma pura de personalidade: breve tratado sobre astrocaracterologia. Rio de Janeiro: Instituto de Artes Liberais, 1997. Página 138 Disponível aqui.