Caracas retirou no mês passado seu embaixador de Bogotá e tomou algumas medidas de pressão econômica como protesto contra o acordo do governo do presidente colombiano, Álvaro Uribe, com Washington, que permitirá aos Estados Unidos utilizar sete bases militares do país sul-americano.
Trata-se de uma mentira, grossa e cabeluda. Chávez não retirou seu embaixador de Bogotá por conta do acordo militar, mas por que não quer ter de responder como armas pesadas do exército venezuelano foram parar nas mãos dos narco-terroristas das FARC, guerrilha comunista que conta com o seu apoio.
Foi isso, aliás, o que o próprio Estadão noticiou, à época:
O anúncio foi uma retaliação de Chávez por Bogotá ter pedido explicações públicas, na véspera, pelo fato de armas compradas pela Venezuela da Suécia em 1988 terem sido encontradas com o grupo guerrilheiro Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). Bogotá justificou-se dizendo que pediu a Caracas diversas vezes para controlar o acesso da guerrilha às armas, mas não obteve resposta.
Note-se, que desde que a Colômbia anunciou que capturara essas armas venezuelanas nas mãos da guerrilha, a Venezuela e seus bate-paus do Foro de São Paulo (incluindo o nosso Ministro das Relações Exteriores Celso Amorim) elevaram o acordo entre os EUA e a Colômbia, que nada tem de novo, a um patamar de "perigo" regional, ao passo que a crescente militarização da Venezuela, e seus pactos militares com a Rússia, quase não chamam a atenção.
Com essa tática midiática se consegue, por exemplo, pintar a Colômbia - e não a Venezuela - como agressora e os EUA - mas não a Rússia - como agente regional de desestabilização.
Eis um bom exemplo de Guerra Assimétrica, já em prática.
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