Me lembrei do caos vivido em Salvador, em julho 2001, quando a PM baiana se rebelou e entrou em greve se aquartelou. Eu estava lá e pude ver in loco (e sentir também) o clima de medo que tomou conta da Região Metropolitana de Salvador.
Uma das principais impressões que este movimento me deixou foi o desmentido às teses criminológicas que põem a Polícia como guardiã das elites contra o povo. Uma balela, pois na hora em que a polícia sumiu quem sofreu não foram as elites: o povo foi quem mais sofreu com a falta da polícia, o povo foi quem mais desejou o retorno da polícia.
Eu não discuto os baixos salários e as más condições de trabalho dos PM´s. Mas minha tendência geral é a de equiparar toda mobilização de servidores públicos fardados e armados à revelia do comando a motim.
Paro aqui e volto ao meu trabalho. Deixo-vos, entretanto, com Machado de Assis, escrevendo n´A Semana, em 20 de Dezembro de 1896:
Não se deve dizer mal da polícia. Ela pode não ser boa, pode não ter sagacidade, nem habilidade, nem método, nem pessoal; mas, com tudo isso, ou sem tudo isso, é instituição necessária. Os tempos vão suprindo as lacunas, emendando os defeitos.
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